Por Andréia
Rocha, Fernanda Tiradentes, Jéssica Paula, José Luiz e Nayara Júnia.
Mestrado
apresentado ao Instituto Superior Técnico, Departamento de Engenharia Civil e
Arquitectura, Secção de Construção, Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal
por Cristina
Chai1, Jorge de Brito2, † e Ana Silva3.
Resenha do artigo: Previsão
da vida útil de pinturas de paredes exteriores
O artigo escolhido,tem como principal objetivo
desenvolver a previsão da vida útil das superfícies exteriores pintadas. Este é baseado nos fatores que causam as
destruições que ocorrem com o processo de envelhecimento dos materiais usados,
e segundo investigações realizadas na Inglaterra 20% das destruições são
realizadas em fachadas, pelas manifestações patológicas. Neste estudo foi
analisado o estado de degradação de 220 fachadas em Lisboa, Portugal.
Foram adaptados alguns modelos de gráficos. Esses
gráficos representam curvas que indicam a degradação, principalmente da
natureza dos fenômenos de degradação modelados. A pintura tem um papel
importante como revestimento exterior, o revestimento de parede por ser muito
exposto, estão sujeitos à degradação.
Neste estudo são considerados quatro tipos principais de
irregularidades que afetam os revestimentos por pintura, são eles: Perda de
aderência, que surge principalmente pelo empolamento e destacamento da pintura,
devido à gravidade; Fissuração; manchas e alteração de cor; e Pulverulência que
é responsável pelo desaparecimento total e localizado da película, deixando o
reboco à vista. Foi estabelecido outros tipos de revestimento, como
revestimento cerâmico e revestimento pétreos.
Foram analisados diferentes cenários para testar as
diferentes irregularidades, tendo em vista que as diferentes anomalias possuem
todas a mesma gravidade.
A vida útil pode ser representada por gráfico, e/ou
numericamente, resolvendo equação para saber quantos anos dura a pintura, e de
quanto tempo pode ser feita uma nova manutenção. Dos 220 casos estudados
constata-se que a superfície pintada possuem várias características que
influenciam a durabilidade, como a qualidade dos materiais aplicados, nível de
execução e aos fenômenos naturais.
O
estudo da cor foi baseado na literatura especializada que sugere a influência
deste fator na durabilidade de fachadas pintadas. Desta forma, foram
consideradas quatro categorias em função do coeficiente de absorção solar: (a)
branco (coeficiente entre 0,2 e 0,3); (b) amarelo, cor-de-laranja e cor-de-rosa
claros (coeficiente entre 0,3 e 0,5); (c) cor-de-rosa escuro, verde-claro e
azul-claro (coeficiente entre 0,5 e 0,7); e (d) castanho, verde-escuro e
azul-escuro (coeficiente entre 0,7 e 0,9).Entre as tintas lisas analisadas,
incluem-se as tintas lisas não tradicionais (com resinas de nano compósitos e
pleurite), as tintas lisas tradicionais (de base aquosa),as membranas
elásticas, as tintas de silicone e as tintas de silicatos. Por sua vez, as
tintas textura são tintas aquosas que originam um acabamento rugoso; este tipo
de acabamento é obtido com recurso a areias na formulação das tintas (estas
areias são compostas essencialmente por sílica,cargas de elevada resistência).
A modelação da durabilidade em função da proximidade de
fontes poluentes é menos favoráveis para fachadas denominadas por exposição
corrente, que corresponde a edifícios em meio urbano com tráfego reduzido a
moderado. Pode se obsevar o fato de que todos os casos com exposição
desfavorável, se situarem próximo ao mar e com exposição à umidade corrente.
Desta forma, apesar de apresentarem exposição mais desfavorável no que se
refere à poluição, apresentam melhores condições no que toca à proximidade do
mar e à umidade. Embora não comprovada de forma inequívoca, parece assim
existir uma preponderância dos subfatores “umidade” e “proximidade do mar”
relativamente ao critério “proximidade de fontes poluentes”. Admitindo que a
proximidade de fontes de poluentes tem influência na degradação.
Relativamente
à ação combinada do vento e da chuva, faz existir três níveis de degradação,
correspondentes às situações de exposição ligeira, moderada e severa, com
índices relativamente elevados de correlação (R2 de 0,80, 0,94 e 0,86,
respectivamente), Os dados obtidos traduz a realidade expetável, sendo a
degradação rápida para revestimentos sujeitos a uma ação vento - chuva severa,
seguidos dos casos expostos a uma ação moderada e, por fim, os edifícios mais
baixos, em contexto urbano denso, sujeitos a uma ação ligeira.Comparando a vida
útil obtida dos dois casos extremos (ação ligeira e severa),encontram-se
diferenças da ordem de 0,7 anos, correspondentes a uma variação de 7% da vida
útil estimada. Nos casos em que os revestimentos já atingiram o limite de
desempenho, a distinção acentua-se, sendo que os revestimentos sujeitos à ação
severa atingem uma degradação de 60% cerca de 2,5 anos antes dos revestimentos
expostos a uma ação ligeira, dando ideia de que esta diferença se acentua
quanto maior for a degradação.
No
que respeita à orientação solar, os casos de estudo foram divididos pelos
quatro quadrantes principais, sendo que, em Portugal, os quadrantes mais
agressivos são geralmente o Norte, devido à combinação de maior umidade e
menores períodos de insolação, e o Poente, devido à forte insolação e
temperaturas que podem afetar a parede.
Por
aplicação do modelo, obteve-se um valor de 9,75 anos, ou seja cerca de 10 anos,
para a vida útil média de revestimentos de pintura, com uma elevada
significância estatística(R2=0,886). Verifica-se ainda que os principais
fatores que influenciam a durabilidade das pinturas são: a textura da película,
a proximidade do mar, a ação conjunta do vento e da chuva e a orientação da fachada.
Para os períodos de referência da vida útil das pinturas, em muitos casos são
relativamente reduzidas as diferenças causadas por distintos fatores de
durabilidade. No entanto, estas diferenças tendem a acentuar-se com o passar do
tempo. Não sendo âmbito do presente estudo, pode-se analisar a interligação
entre os diferentes fatores que condicionam a degradação das superfícies
pintadas. Em estudos futuros,com recurso a algumas ferramentas estatísticas,
será possível compreender as relações causais entre variáveis e a forma como
estas contribuem para explicar a degradação deste tipo de revestimentos.
Este
estudo constitui assim uma primeira abordagem à previsão da vida útil dos
revestimentos exteriores por pintura, fornecendo a indicação de como os diferentes
fatores analisados contribuem para o acréscimo ou redução do período de vida
útil deste tipo de revestimento.
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